02 fevereiro, 2011

No processo de vir à ser...


Ouvi dizer recentemente sobre a idade da mudança. Não há regra para isso, aliás, para nada.
Alguns mudam bem antes de escolherem, outros a vida é espécie de migração.
Tenho vivido as minhas próprias mortes! E, não vejo essa morte como apenas perdas. A morte de alguns sentimentos, a morte de uma rotina, a morte de um comodismo, a morte de algo que nos faz mal… Pois, sim… Há mortes que geram vidas. Há mortes positivas. É dessas que falo… São essas que vivo…
Viver & Morrer.
Viveremos a nossa própria vida, morremos a nossa própria morte. Apenas a nós é dada a possibilidade de sabermos os custos para a consolidação das mesmas. Nem sempre quando se perde, é perda. Nem sempre quando se ganha, realmente estamos no ganho.
Viver é a arte de desapegar. Contrariando tantos ditados, eu concordo com os desapegos de tudo aquilo que ficamos dependentes afetivamente ou materialmente… Não digo por ordem, nem como exemplo, digo por consciência… E a consciência já é um passo…
(…)
Na mudança eu levo momentos numa caixinha, palavras que um dia ouvi. Gestos que marcaram, músicas que ficaram, roupas velhas… Livros de sempre… Lençóis com cheiro de mãe… Um pendulo. Levo saudades daqueles que eu deixei em algum ponto na minha história, mas apenas levo como saudade, o tempo já passou e com ele o desejo de revê-los.
Levo as distancias que merecem ser respeitas. Trago na mala não tudo que conquistei mas, apenas o necessário para “continuar” ou recomeçar…
(…)
Para que tanto papel se com os anos as palavras também amarelam?
Será que conseguimos renovar sempre o que dizemos na intensidade?! Vejo que não… 
(Karla Fioravante)



No processo....